Com
o aumento da liberdade sexual tenho observado um aumento no diagnóstico de
Condilomas em meu consultório o que levou-me a escrever sobre o tema ...
O
que é HPV? É um vírus chamado que papiloma vírus humano que em inglês
gerou a sigla HPV. É um vírus que pode causar lesões de pele e mucosa. Até
alguns anos tratava-se e não se dava muita importância, com os estudos descobriu-se
que existem mais de 200 tipos diferentes e que alguns são considerados de alto
risco para câncer de colo de útero.
Os de alto
risco são os tipos 16, 18, 31, 33, 45, 58 entre outros, mas os mais
comuns são o 6 e 11 responsáveis pela maior parte das verrugas genitais
chamadas de Condilomas e que parecem não ser de risco para o desenvolvimento de
malignidade.
A má noticia
é que 50 a 80% das mulheres sexualmente ativas vão em algum momento ter a
infecção, mas alguns trabalhos referem uma freqüência menor e a boa notícia
é que muitas vão ter a regressão espontânea devido a resposta de seu sistema
auto-imune.
É considerada
uma Doença Sexualmente transmissível pois esta é a forma preferencial de
contágio e devemos lembrar que aí incluem-se as formas de contato sexual
vaginal, anal e oral. Pode também haver a contaminação de mãe para filho
recém-nascido pela passagem no canal de parto. Embora mais raro pode haver a
contaminação pelo que chamamos de fômites: banheiros, saunas, roupas intimas
(compartilhadas), toalhas etc.
Entre a
contaminação e o aparecimento dos sintomas (lesões) pode levar de semanas a
anos, pois o vírus pode ficar latente e em um momento de baixa imunidade
aparecer.
O
diagnóstico é essencialmente clínico pela anamnese e exame físico (exames
urológico (pênis), ginecológico (vulva) e dermatológico (pele)). Eventualmente
uma biópsia pode ser necessária. As lesões sub-clínicas podem ser suspeitadas
através do exame citopatológico o famoso PAPANICOLAU que todas as
mulheres devem fazer anualmente e na vigência da infecção com maior freqüência.
Podemos confirmar o diagnóstico através de exames laboratoriais de
diagnóstico molecular, como o teste de captura híbrida e o PCR, mas isto nem
sempre está ao nosso alcance. Já o PAPANICOLAU está disponível em laboratórios
particulares ou no Sistema Único de Saúde.
Quanto as
pacientes grávidas não implica em má-formação , mas a via de parto deve ser
escolhida pelo seu médico (normal ou cesariana) analisando caso a caso.
O tratamento
pode ser tópico, pela aplicação de medicamentos ou pela cauterização que pode
ser elétrica ou por frio, ou laser.
A prevenção
é fundamentalmente pelo uso do preservativo do início ao fim da relação sexual,
ter parceiro fixo, ou reduzir ao máximo possível este número. Fazer exames de
rotina não só a mulher, mas também os homens e se houver lesões abster-se da
relação sexual durante o tratamento e a completa erradicação das lesões.
Vacinação – indica-se
a vacina quadrivalente as mulheres entre 9 e 26 anos, porém ela é
mais eficaz para as mulheres ainda não expostas aos HPV tipos 6, 11,
16 e 18, preferencialmente para as que não iniciaram atividade sexual.
Prognóstico
– embora o HPV seja comum apenas uma pequena fração das contaminadas tem o
vírus de alto risco, mas é adequado fazer o PAPANICOLAU COM UMA MAIOR
FREQUENCIA APÓS A INFECÇÃO.
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