sexta-feira, 5 de outubro de 2012

HPV



Com o aumento da liberdade sexual tenho observado um aumento no diagnóstico de Condilomas em meu consultório o que levou-me a escrever sobre o tema ...





O que é HPV?  É um vírus chamado que papiloma vírus humano que em inglês gerou a sigla HPV. É um vírus que pode causar lesões de pele e mucosa. Até alguns anos tratava-se e não se dava muita importância, com os estudos descobriu-se que existem mais de 200 tipos diferentes e que alguns são considerados de alto risco para câncer de colo de útero. 
Os de alto risco são os tipos 16, 18, 31, 33, 45, 58  entre outros, mas os mais comuns são o 6 e 11 responsáveis pela maior parte das verrugas genitais chamadas de Condilomas e que parecem não ser de risco para o desenvolvimento de malignidade.

A má noticia é que 50 a 80% das mulheres sexualmente ativas vão em algum momento ter a infecção, mas alguns trabalhos referem uma freqüência menor e a boa  notícia é que muitas vão ter a regressão espontânea devido a resposta de seu sistema auto-imune.

É considerada uma Doença Sexualmente transmissível pois esta é a forma preferencial de contágio e devemos lembrar que aí incluem-se as formas de contato sexual vaginal, anal e oral. Pode também haver a contaminação de mãe para filho recém-nascido pela passagem no canal de parto. Embora mais raro pode haver a contaminação pelo que chamamos de fômites: banheiros, saunas, roupas intimas (compartilhadas), toalhas etc.

Entre a contaminação e o aparecimento dos sintomas (lesões) pode levar de semanas a anos, pois o vírus pode ficar latente e em um momento de baixa imunidade aparecer.

O diagnóstico é essencialmente clínico pela anamnese e exame físico (exames urológico (pênis), ginecológico (vulva) e dermatológico (pele)). Eventualmente uma biópsia pode ser necessária. As lesões sub-clínicas podem ser suspeitadas através do exame citopatológico  o famoso PAPANICOLAU que todas as mulheres devem fazer anualmente e na vigência da infecção com maior freqüência. Podemos confirmar o diagnóstico através de exames laboratoriais de diagnóstico molecular, como o teste de captura híbrida e o PCR, mas isto nem sempre está ao nosso alcance. Já o PAPANICOLAU está disponível em laboratórios particulares ou no Sistema Único de Saúde.

Quanto as pacientes grávidas não implica em má-formação , mas a via de parto deve ser escolhida pelo seu médico (normal ou cesariana) analisando caso a caso.

O tratamento pode ser tópico, pela aplicação de medicamentos ou pela cauterização que pode ser elétrica ou por frio, ou laser.

A prevenção é fundamentalmente pelo uso do preservativo do início ao fim da relação sexual, ter parceiro fixo, ou reduzir ao máximo possível este número. Fazer exames de rotina não só a mulher, mas também os homens e se houver lesões abster-se da relação sexual durante o tratamento e a completa erradicação das lesões.

Vacinação – indica-se a vacina quadrivalente as mulheres entre  9 e 26 anos, porém ela é mais eficaz  para as mulheres ainda não expostas aos HPV tipos 6, 11, 16 e 18, preferencialmente para as que não iniciaram atividade sexual.

Prognóstico – embora o HPV seja comum apenas uma pequena fração das contaminadas tem o vírus de alto risco, mas é adequado fazer o PAPANICOLAU COM UMA MAIOR FREQUENCIA APÓS A INFECÇÃO.

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